Nessa altura, saiu um regulamento da União Europeia que impedia a chegada de mais refugiados e passava a conferir subsídios aos Estados para construir muros e erguer barreiras em todas as fronteiras. Não havia outra opção senão embarcar num barco e fugir, porque no seu países parecia não haver futuro.
José e Maria faziam parte do grupo dos que emigraram. Conheceram-se pelo caminho e decidiram fazer a última etapa da viagem na mesma barcaça. Amavam-se e queriam andar juntos.
À meia-noite, a barcaça afundou-se e chamaram Helena Maleno para os ajudar. A equipa de Salvamento Marítimo de Almería, graças ao aviso, resgatou toda a gente numa bela manhã.
Quando chegaram ao porto, foram recolhidos pela Cruz Vermelha e colocados em autocarros para outras cidades. De madrugada, quando saíram do autocarro, foram recebidos de forma espontânea por pessoas voluntárias . Como ainda não tinham 18 anos, foram direcionados para a SAIER e, a partir daí, foram destacados para um centro juvenil. Maria já estava grávida quando chegou ao centro.
Pediram para ficarem juntos e assim partilharem todos os momentos da gravidez, mas não havia centros que acolhiam rapazes e raparigas. Como estavam a poucos meses do seu 18º aniversário, decidiram fugir para que pudessem voltar a encontrar-se. Quando chegaram à cidade procuraram instituições e lugares para alojar-se, mas não sabiam para onde ir e nem sequer conheciam alguém. Não tinham quaisquer documentos nem sabiam se tinham algum direito. Não lhes foi permitido registar-se e isso impediu-lhes o acesso a qualquer serviço de assistência social, saúde ou apoio alimentar.
Instalaram-se num parque da cidade porque a gravidez da Maria já estava bem avançada. Os grupos espontâneos de voluntários da cidade pediram aos conhecidos uma casa temporária onde pudessem ser alojados, mas a rede de solidariedade estava há muito saturada pela demanda cada vez mais exigentes.
Os dias foram passando e como não tinham para onde ir, não sabiam a quem notificar ou que tinham o direito de ir às urgências, a criança nasceu sem assistência qualquer num parque da cidade.
O WhatsApp e as redes sociais anunciaram o seu nascimento. Também pelos centros onde os seus companheiros se espalhavam as notícias e todos queriam ir visitá-los. Juntos decidiram que o seu nome seria Jesus.
No próprio dia de Natal, "Ponto de Referencia" pôde recebê-los num dos seus apartamentos.
Os voluntários ajudaram-nos a tratar dos papéis/documentos e a encontrar recursos para apoiar a criança.
Graças à nova lei da imigração, mas sobretudo ao trabalho de voluntários, no dia 6 de janeiro, a documentação e a licença de trabalho chegaram como um presente. Agora só precisam de uma oferta para poderem trabalhar.
Se alguém tem alguma dica ao respeito, faça-a chegar a estas instituições porque há muitos jovens à espera desta oportunidade.
De Belém (que também poderia ser qualquer cidade do nosso país), à TV Belén, Laia Bonet.
Obrigado a Sergio Calundungo pela tradução e divulgação da versão angolana
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